15 de ago. de 2011

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13/05/2010


Os poetas me empurram. Os poetas sussuram. “Não pára, poeta, continua.” Foda que são 05 anos pra juntar 05 mangos e tocar as 79 páginas do livro pra frente. Jogar esses 10 anos pra fora pra engolir tudo de novo. Então estudo, me jogo de cara nas setecentas mil matérias até conseguir chegar ao menos nos dois contos todo mês. Vida de valente é foda. Puta bambolê pra sacudir o ½ kg de barriga e de letra espalhar contas em 15 bares por aí. A sequencia é os amigos darem 3 toques na porta, e sairem levando a TV verde, o colchão encardido e meus dois ventiladores negros de fuligem. A sequencia pode ser mais um livro, esses 99 que vão virar 100, outro amigo com propostas de lançar outro livro em 4 capitais com outros 5000 que não tenho. Outras 2 horas por dia, dia sim, dia também não. Insistindo é que se derrubam esses moinhos. Foda que eu preciso disso, isso o que me dá tesão na verdade, que garante os meus 90 bpm e17 cm de manhã. Fora isso a sequencia ingrata dos 40 cigarros/dia, um engradado por semana e algumas gramas pra se manter esperto. A morte covarde do dia a dia. Em 5 anos mano, a coisa que mais fez sentido pra mim foi a evocação do círculo e dos 4 pentagramas. Escrever é ato mágico. Exercício de Vontade. Não há coisa mas verdadeira. Não há coisa mais visceral. Porque duas punhetas/dia e 34 carnavais não garantem tantos amanhãs assim. Poesia, sim. Por felicidade então e com o tanque cheio de raiva, pelas sete pontas da estrela, pelo amor livre, bandeira que ninguém mais quer, a sobrevivência da carne, gargalhada em banimento, por intento e por instinto, novamente 34, todo dia. Cada um deles e junto e somando a sequencia de noites e abraços, as palavras, conscientemente e por Vontade e seja lá o que isso vai dar eu faço contato com o fluxo. VENHA! 06:47 da manhã e puxo as palavras dos espaços infinitos entre as estrelas, da soma de todos esses bares, de sorrisos e gargalhos, da infinita soma de cascalhos, por todos que até aqui vieram e em nome de todos que daqui se mandaram, puxo a palavra do fundo da minha barriga, das duas centenas de poemas nessa máquina, dos outros 100 que foram jogados por aí, eu puxo as palavras do mundo. Esse contato não é gratuito. Esse contato não é barato. Quem não tem nada a perder, pendura, e quando bater a conta a gente derruba ou que sejamos levados. Que vento na cara é tudo, que na verdade importa. Vento na cara e caminho. Vento na cara e estrada. Por liberdade e por preguiça. Como manifesto e na afirmação do próprio eu solar, do próprio eu selvagem e liberto, do próprio eu agora. Fora das sequencias, fora dos esquemas montados, fora desses caminhos já gastos. Pelas 4 estradas que saem desse agora. Eu estou exatamente no meio dessa passagem. Que esse céu seja minha testemunha. A palavra é verdadeira e não há nada além dela. Nenhum dos 72 nomes, nenhuma das 99 qualidades, eu sou um com a palavra e vai ser desse jeito, quem não tem faca usa a própria mão em riste, um com os infinitos, os infinitos no um, eu sou o centro de mim mesmo. A poesia me aquece, a poesia me transforma, através dos 16 odus e das 11 esferas, dos 22 caminhos e das 4 direções, eu continuo. Que venham os sete, que venham as 98, tempo não é moeda corrente e eu faço de tudo pra chegar aonde eu quero. Só passo por cima de pelego, irmão caminha junto, sempre bom lembrar. O foco, é um amanhã mais bacana. Os 35 que eu quero. Meus dois mil reis por mês, 2 folgas por semana, um quad core, de repente um moleque, vamos ver se vai dar. O que é bom sai caro e ninguém falou de valor monetário. Há infernos além e há infernos aqui. Atravesso qualquer deserto, derrubo qualquer montanha. Que não me venham com segredos ou apertos de mão secretos, pai google é meu pastor e e-mule não me faltará. Por expansão, contração e os movimentos necessários daqui até aí, do fundo até agora, de dentro até o amanhã, até um amanhã outro, um amanhã além, mais grande, mais agora. Amanhã é mentira. É tudo agora. Nesse e em todos os agoras simultâneos. Pela renovação diária e constante, por amor e tão somente por poesia. Que venham todas as 98 restantes. Que a Obra continue. E por hoje, chega.

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