15 de ago. de 2011

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06/08/2011

Eu acredito no Fluxo, pois ele também está em mim. Hora grande, sexta feira e eu pensando em números. É zerinho ou um, zero e um. Tendo que ir comprar cigarro e só com 40 pratas pra passar a semana. Que se foda, meu amor me multilplica e já estou além da minha melhor expectativa. Começando a achar que metade dos punks que eu conheço são uns fascistas enrustidos. Só consegui aprender com os raros. Os que riem sozinhos e os que conseguiram entender que o ponto dentro do círculo e o infinito além são exatamente a mesma coisa. Eu sou burro na verdade. Me faço de esperto pra poder comer as meninhas. Mas as vezes acho que não sou bom o bastante, inteligente o bastante ou minimanente diciplinado pro que eu me propus a fazer. A busca do eu mais fundo. E que levo através da palavra, afinal de contas, não há outro caminho além do meu. Nenhum caminho pre-estabelecido, a folha branca não carrega certezas. Carrega sim um amor absurdo feito da soma de todas as possibilidades. Da multiplicação das possibilidades. Porque os universos copulam entre si. Percebi outro dia que o Deus que acredito é mais um estado de consciência do que qualquer outra egrégora mais ciente. Um Deus que não precise ser dual. Chega das dualidades imprecisas. Estou cansado. Não estou mais aguentando todas essas pessoas que me chegam com discursos prontos, verdades pré-estabelecidas. Não há estrelas depois do arco-íris. Percebo hoje que tudo que escrevi, vi e vivi me levou exatamente para onde eu estou agora. A ruptura necessária, pois renascimento pressupõe morte, fim do ciclo. As vezes eu acho que ninguém entende o poema, discurso feito da soma de todas as coisas, fervido na própria cabeça milhares de vezes. Mistura. Amálgama ciente e necessária. A verdade não está nos livros, meu irmão. A minha realidade quem faz sou eu. Atitude, meu cumpadi. Porque os moinhos de vento continuam perigosos. E por palavra, trajetória e promessa, a gente continua tendo que galopar com a lança em riste pra cima deles. Enfrentar os fantasmas de cinza até que não reste mais medo na terra. O que não soma, que seja queimado. Não tou falando que a briga vai ser fácil. Mas o universo, conspira - de certa forma - a nosso favor. Isso porque o universo, não conspira a favor de ninguém. Não há mocinhos nem bandidos. Há a construção constante, a afirmação consciente e desde sempre necessária. Tenham coragem, homens. Repetir o passado é falta de imaginação demais. Os ciclos não respondem. Respirar e agora finalmente tendo comprendido o que Aimberê falou outro dia. Respirar junto com o universo. Todo o resto é Vontade. O caminho de cada um visando o fim do ciclo. Que uma hora a gente para essa porra. Em casa sexta a noite e vou te falar que é raro. Minhas dualidades só me fodem, e Eros e Thanatos precisam parar de brigar na minha horta. Por isso me canso rápido desses arquétipos que ficam teimando em se repetir. Chega. Eu que amei e me fudi três vezes, continuo assinando tudo que escrevo. Nome disso é Coragem. O compromisso que um dia assino com sangue. Porque do sangue e da espada não se foge. O peito é de aço e a espada quem carrega sou eu. Espadachim de mim mesmo. O inimigo caí, eu fico em pé. E minha casa tem quatro cantos. Em cada um continua brilhando uma estrela. Pra bom, continua meia. Eu sáudo os dezesseis odus e os vinte e dois caminhos, mas meu Deus, continua feito de idéias. E Amor o que carrego para todas as pessoas. Promessa feita com os pés batendo na terra. Todo poema é processo. 97

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